02/09/2010

Sancionada nova lei para interpretes de LIBRAS


Hospitais têm 90 dias para incluir tradutores de Libras no quadro de funcionários. É o que prevê lei sancionada pelo governador

Para ajudar Jackson a família teve que se adaptar. “Quando pequena ele me colocava de castigo para aprender a língua de sinais e assim poder me comunicar com ele. Já com a minha mãe, creio que por causa da ligação muito forte, ela fala normalmente e ele consegue captar tudo que ela quer passar”, conta a funcionária pública Joselany Ramos, irmã de Jackson.


Jackson aprendeu desde cedo que é preciso vencer um desafio a cada dia. Ele nasceu com deficiência auditiva. Por causa do problema, a família que vivia na Paraíba veio para o Distrito Federal.

Aqui, a mãe e os irmãos viram uma chance de dar uma vida melhor para Jackson. Ele se esforçou e conseguiu aprender a língua dos sinais. Uma nova maneira de se comunicar com o mundo. Mas nem sempre é fácil ser entendido. Na casa lotérica, por exemplo, a funcionária olha atenta os gestos, mantém uma conversa, mas no final não consegue entender o que Jackson quer.
Ele entra numa farmácia para comprar um remédio e o vendedor se esforça, faz gestos. No final dá certo. A compra é realizada com sucesso. “Dependendo do gesto dele, a gente tenta escrever até conseguir o medicamento certo. O importante é atender bem o cliente”, afirma o vendedor Monteclay Abreu.
Na hora de tomar um café, mais dificuldade. A vendedora até entende, mas confessa que não é fácil. “Eu gostaria de aprender a língua dos sinais. Sempre aparece um cliente especial e como a gente não sabe, fica perdida”, confessa.

Presidente da Associação Desportiva dos Surdos, Jackson reconhece que os deficientes auditivos ainda enfrentam muitas dificuldades. “Alguns surdos conseguem se comunicar bem. Outros ainda encontram muitas dificuldades. Algumas pessoas já estão acostumadas com uma linguagem mais visual. Mesmo assim, ainda têm limitações”.

Uma pesquisa do IBGE revelou que em todo Brasil existem mais de cinco milhões de pessoas com deficiência auditiva. Boa parte delas encontra dificuldades para se comunicar, mas uma nova lei promete mudar essa realidade.

A partir de agora, todos os hospitais do Distrito Federal, públicos e particulares, serão obrigados a ter um tradutor de Língua Brasileira de Sinais (Libra) no quadro funcional. “Com a presença do tradutor a questão do relacionamento entre médicos e pacientes vai melhorar muito. E com certeza, teremos diagnósticos muito mais eficientes e precisos”, ressalta o deputado Charles Roberto de Lima (PTB), autor do projeto.

Para a intérprete que acompanhou esta reportagem com a equipe do Bom Dia DF, a medida é um passo importante para a inclusão social do deficiente auditivo. “Todos saem ganhando. Tudo ficará bem esclarecido”.

Fonte: G1

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