Por Adoniran
Melo[1]
É
o primeiro dia de aula de uma faculdade e o professor inicia sua aula com uma
breve apresentação de si e do conteúdo que deseja trabalhar com os alunos no
semestre e em seguida pergunta à seus alunos sua realidade e histórico escolar,
em que escolas estudaram e como foi sua carreira até este momento e percebe que
muitos alunos chegaram ali com muitas dificuldades de aprendizado ou melhor com
um ensino deficitário com muitas lacunas abertas e várias deficiências para
serem resolvidas, pois os mesmo são advindos de inúmeros ambientes e realidades
escolares diferentes.
Diante disto o professor vê um desafio
gigantesco em meio a multireferencialidade encontrada na sala de aula, pois
agora os mesmo precisam ter um norte a ser seguido, pois sua opção foi por
pedagogia no ensino superior. Cunha
mencionando Fheniz (1996) diz “ao estabelecer que, o conteúdo trabalhado na
escola é o conhecimento na forma de saber escolar, entendido como as matérias de
ensino com as quais o aluno entra em contato.” Os desafios do educador se
ampliam, mas também suas conquistas ao perceber as múltiplas formas de
conhecimento apresentadas pelos educandos.
Para
o professor se apresenta os seguintes desafios.
1. Criar
uma uniformidade na forma de pensar de seus alunos, pois os mesmos almejam uma
carreira que precisa envolver coerência e não disparidades primeiramente com
relação a sua vocação. Cunha também menciona Charlot (2000) que faz a seguinte afirmação
“a relação com o saber é relação de um sujeito com o mundo, com ele mesmo e com
os outros.” Através desta relação de construção o educando e também seu
educador saberão para onde devem ir, que propósitos implicam sua profissão e
buscas.
2. Preencher
lacunas ainda abertas em resultado ao ensino deficitário que alguns de seus
alunos apresentaram em sua apresentação e exposição de sua carreira escolar. A
escola enquanto instituição social na ação de instruir é o espaço possível onde
ocorre o aprendizado da experiência humana culturalmente organizada. (Cunha,
2003)
3. Potencializar
as aptidões de seus alunos identificadas por ele mesmo no primeiro momento.
4. Aprender
a conviver com a multireferencialidade e ensinar seus alunos a respeitarem isso
para que os mesmo em sua futura carreira conheça e reconheça esta condição em
seus estágios e profissão.
Vivemos
em um mundo sem referências fortes, as pessoas não tem uma causa para lutar,
pois inúmeras causas vem e vão muito rapidamente, então é papel do educador dar
uma causa e instruir os seus alunos a valorizarem suas causas e lutarem por
elas para que os mesmos, mesmo inseridos em um mundo com muitas referências
saibam exatamente para onde desejam ir.
Referências
CUNHA. Kátia Silva. Texto publicado na
revista: Cadernos FAFIRE vol 2 nº7 set/out2003 ISSN 1676-7349
[1] Professor
por formação e vocação, militante e muitos anos da causa da pessoa com deficiência.
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