12/05/2013

Uma identidade para professores surdos e com surdos.


 

A necessidade da construção de uma identidade docente na formação dos professores.

Por Adoniran Melo[1]

 

Ao observar o desafio trincado da educação e suas múltiplas relações estabelecidas não somente pelo professor, mas também pelo aluno, pois ambos apresentam especificidades que devem ser levadas em consideração para que a aplicabilidade de seu ensino seja realmente significativo. Pode-se dizer que existem mais desafios do que meramente os que já são conhecidos pela sociedade educacional, para que o professor construa sua identidade.

O primeiro desafio que se apresenta ao docente de alguma matéria é a descoberta de si mesmo como professor, pois não será possível a realização de uma tarefa tão árdua sem que o mesmo tenha construído e entendido claramente sua vocação, a de jogar luz na consciência entenebrecida pela falta de conhecimento de muitos de seus educandos.

O segundo desafio é entender as especificidades de cada etária ou grupo especifico, para desenvolver sua tarefa árdua no que tange o ensino e abordagens pedagógicas especificas, pois para cada etária se faz necessária uma inclinação de amor e responsabilidade usando e observando suas linguagens especificas, como por exemplo: pessoas com deficiência, idosos ou adultos analfabetos. O professor precisará encarar este desafio mesmo em meio a construção de sua identidade. E o que falar em grupos por afinidade, como o professor trabalhará com eles?

Ainda observando este detalhe pensemos no que diz Witkoski[2] “As políticas intituladas inclusivas albergam em seu discurso o tom da benevolência pelo qual, a partir de suas “boas intenções”, retiram os “anormais” da condição que consideram ser de segregação educacional.” Se pensarmos em adequação é necessário pensar que cada grupo precisa se identificar com o seu professor, mas se o professor não se identificar com o grupo como o processo de aquisição de conhecimento se processará? Se ele chegar a se processar.  Pois inúmeras vezes o processo é interrompido pela falta de identificação entre professor e aluno ou entre o professor e ele mesmo, por que o mesmo ainda não se descobriu como professor. (Witkoski, 2012, p. 103)

Mais do que nunca se faz necessária a construção de uma identidade da pessoa do professor como um formador de opinião e de caráter de muitos indivíduos que passam pelo mesmo, expressando sua vasta necessidade do conhecer e do saber em meio a um mundo globalizado e acelerado em que se vive.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Witkoski. Sílvia Andreis. Educação de surdos pelos próprios surdos: uma questão de direitos. Curitiba, PR. CRV, 2012.



[1] Professor por formação e vocação militante na causa da pessoa com deficiência a mais de 15 anos.
[2] Professora Surda doutora em educação pela universidade federal do Paraná.


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